Resumo | O sensoriamento remoto, para recursos naturais, tem sido definido de várias maneiras. Porém, todas elas expressam um objetivo comum, ou seja, o conjunto de atividades utilizadas para obter informações a respeito dos recursos naturais, renováveis e não renováveis algumas definições há até menção de trocas energéticas entre os objetos ou fenômenos com o meio ambiente, De qualquer forma, percebe-se, claramente, que o enfoque maior é transmitir a idéia de uma nova tecnologia (conjunto de programas "softwares" e equipamentos "hardwares" colocada à disposição do homem, para auxiliá-lo nas indagações sobre o manejo do meio ambiente. Esta forma de conceituar o sensoriamento remoto é válida sob o ponto de vista tecnológico, uma vez que, possibilita ao homem obter outros tipos de informações acerca dos recursos naturais, além daqueles perceptíveis pelos órgãos do sentido, ou seja, através do olfato, da gustação, do tato, da audição e da visão. Entretanto, o sensoriamento remoto, sob o ponto de vista prático (aplicação), é algo mais do que "softwares" e "hardwares". Poder-se-ia dizer que ele engloba, além de "softwares" e "hardwares", o conhecimento básico de todos os componentes que direta ou indiretamente fazem parte do "sistema" sensoriamento remoto. Neste contexto deve ser incluídos a radiação solar, a atmosfera terrestre, o solo, a vegetação e a água. Por exemplo, de nada valeria uma pessoa com profundo conhecimento de determinado sistema sensor, sem entender do comportamento da radiação que incide neste sistema. O mesmo argumento valeria para o caso inverso, isto é, entender a radiação e não saber nada sobre o sistema utilizado para registrá-la. Não resta dúvida de que a literatura é farta em informações sobre cada um destes componentes do, então, chamado "sistema" de sensoriamento remoto (radiação solar, atmosfera, solo, vegetação, água, etc.). Entretanto, na maioria dos casos, essas informações estão dispersas ou, quando juntas, carecem de detalhamentos sobre determinados tópicos. Por exemplo, raramente encontra-se, em qualquer publicação direcionada ao sensoriamento remoto, uma visão clara sobre a interação da radiação solar com a vegetação; porquê de a radiação solar em determinadas faixas espectrais ser mais absorvida do que em outras faixas espectrais do espectro eletromagnético. Geralmente, comenta-se que a radiação eletromagnética, na região do visível, é bastante absorvida pela vegetação verde, para ser utilizada nos processos fotossintéticos. A pergunta é, toda a radiação do visível é utilizada na fotossíntese? Onde ela é absorvida? Como ela é absorvida? São perguntas que têm respostas, porém encontram-se dispersas em várias áreas da Ciência. Como este exemplo, poder-se-ia citar outros tantos que, freqüentemente, são comuns no dia a dia do analista de sensoriamento remoto. Neste sentido, e pensando na infinidade de questionamentos, principalmente no que diz respeito aos conhecimentos básicos que o analista de sensoriamento remoto deve ter sobre os componentes do sistema como um todo, procurou-se, nesta publicação, introduzir além dos fundamentos do sensoriamento remoto (sistema sensores, tratamento de dados, etc.), cinco capítulos abordando, de forma bem elementar, a radiação solar, a atmosfera terrestre, o solo, a vegetação e a água e a interação da radiação solar (radiação eletromagnética)com os demais componentes. Nos demais capítulos foram então abordados os sistemas sensores, os níveis de coletas de dados e a metodologia empregada no tratamento dos dados coletados através de sensores remotos. Além disso, em muitos dos assuntos abordados, foram inseridos tópicos complementares para auxiliar o leitor no entendimento dos assuntos discutidos. |